terça-feira, 5 de abril de 2011

Segredo...

"Vou contar-te uma história. É uma história bonita, mas que terás de manter em segredo. Consegues? Prometes-me? Pois bem, sabes perfeitamente que confio em ti com a vida, sei que vais cumprir a promessa. Então chega-te para ao pé de mim, encosta-te a mim o mais que possas, e tenta esconder o sorriso enquanto te sussurro ao ouvido, para que ninguém perceba que é um segredo. Eu sei que vais gostar."
Ajoelhas-te ao meu lado, de modo a que o teu ouvido fique colado aos meus lábios. Ainda não proferi uma única palavra, e já estás a sorrir! Como és tontinho! Mas a verdade é que é essa tua personalidade que me atrai! E não seria a mesma coisa se não estivesses a sorrir. A mostrar esses dentes tão brancos como as nuvens de uma tarde de Outono. Conto-te a minha história. Eu sei que já sabias tudo quanto te disse, mas mais uma vez, e no segredo da nossa intimidade, precisava de o repetir. Precisava de ter a certeza que todas as vezes em que encostavas a cabeça ao meu peito e pedias que te te acariciasse o cabelo, não passava de mais um propósito para estar ao meu lado. Que cada vez que chegavas a minha beira de manhã e me davas um beijinho, significava que continuavas a gostar muito de mim. Precisava de garantir que a tua voz continuava a soar simplesmente para me cantares aquela balada que tantas vezes me fez chorar de paixão. E as minhas respostas surgiam cada dia. E cada dia me sentia mais na necessidade de voar horizontes para poder encostar a tua cabeça ao meu peito enquanto te acariciava o cabelo. Mas não sei onde estás. O cheiro do teu perfume começa já a aparecer como uma memória antiga, quase apagada. O sopro da tua voz melodiosa está já tão distante, que quase não me lembro do timbre. Apenas esse sorriso permanece intacto no meu pensamento, como que gravado a tinta permanente numa tela roubada de um mundo não meu. Um mundo não nosso.
Aguardo com esperança voltar a sentir o calor dos teus dedos macios a acariciar-me a face molhada, enquanto me cantas uma canção escrita por ti, que eu sei que vou gostar! Afinal, gosto sempre, não é? Mas não digas a ninguém! Promete-me que vai ser mais um dos nossos muitos segredos. Aqueles que trocávamos enquanto eu sabia que eras parte da minha vida, parte de mim. Prometes-me? Promete-me que vais voltar para sorrires enquanto te conto este segredo. Este grande segredo que me atormenta há tanto tempo! E promete-me que vais continuar a gostar de mim, que estejas onde estiveres, eu nunca vou ser o teu passado, mas sim o teu presente e futuro.
Prometes?

4 comentários:

  1. Muito bem. Excelente texto.
    A fazer lembrar que há pessoas, lugares e sentimentos que merecem acabar no final de um poema ou no refrão de uma canção.
    Quanto ao "segredo" há um ditado que o povo costuma dizer e que não deixa de ser interessante:
    "Quando quiseres que algo se saiba basta dizê-lo, em segredo, ao teu melhor amigo". Dá que pensar... Eheheh!

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  2. É verdade Miguel! Dá mesmo muito que pensar, e não deixa de ser verdadeiro! :)
    Há cada coisa... :)

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  3. Muito bommmmmmmmmm .-)mesmo----

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