segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A meta a atingir é abater o inimigo

Hoje, como há muito, muito tempo não acontecia, senti uma vontade irrefutável de escrever. E mais... Uma vontade imensa de regressar a esta velha casa, onde vivi tantos e tantos sentimentos.
A vida não me parece justa. Até alguém que assalta bancos, viola ou pratica homicídios, consegue, numa simples fração de segundos, sentir mais felicidade que eu. Não é justo! Ou é? Será justo que eu, sem nunca ter feito mal a ninguém, tenha o meu coração mais partido que uma jarra de barro quando cai ao chão? Não é, pois não? Ou será que que eu fiz mesmo muito mal a alguém, e não me consiga lembrar disso? As coisas fazem cada vez menos sentido na minha cabeça, começa a ser insuportável! Porque é que me encaram como se eu fosse o inimigo? Porquê? O que será que eu lhes fiz? Ou será que não fiz nada? Trata-se de um desporto? Jogar com o meu coração? E serei eu a única que não me divirto ao fazê-lo? Não consigo pensar direito! Todos me pisam, como se eu fosse um gnomo de jardim partido, ou uma lagarta no chão.
Tenho medo! Tenho cada vez mais medo de sentir alguma coisa. Será o meu sub-consciente a dizer-me para fechar as portas ao amor? Amor? Mas o que é isso, afinal? Nem cheguei a saber direito se alguma vez o senti, se ele realmente estava lá, camuflado. Não o conheço, não sei o que é ou o que faz. Por favor... Eu só não quero sofrer mais! Por favor! Não tenho mais forças pra lutar contra, por isso... Apenas deixem-me em paz. Eu imploro! Parem!

E olho para o lado, e lá está ele de novo, o monstro! Aquele que já me assombrou durante tanto, tanto tempo! Quer voltar. E a verdade é que não sei se ainda tenho forças para o afastar... Ele olha-me com aquele olhar de que é o único que me pode libertar deste sofrimento! E isso é tudo o que eu quero! Vem monstro! Não me faças mal, apenas leva-a contigo. Leva a dor pra longe, porque eu já não a suporto mais. Fecha as minhas portas e as minhas janelas e não deixes que voltem a entrar! Fazes isso por mim? Não aguento mais uma marretada igual às que tenho levado! Não dá mais! NÃO DÁ!