segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nada dura para sempre... Mas nada acaba

A sensação de querer saltar de uma cascata sem destino, sem medo da dor, sem receio de que tudo se apague, tornou-se permanente... Um dia acordamos e percebemos que já não há nadá de criança em nós. Tudo se foi... A inocência, a fragilidade, a ilusão de que tudo é perfeito e tudo funciona só porque tem de ser assim... Acabou! E não há nada que as possa trazer de volta desse mundo sub-humano onde se escondem e desaparecem todas as coisas que nos fazem falta e não conseguimos encontrar! E eu pergunto-me: valerá a pena conquistá-las? Valerá a pena perder tanta dessa polpa da nossa miserável vida em busca de coisas que nos farão felizes momentaneamente, mas que do nada, simplesmente desaparecem?
Sinto-me completamente cega! Cega por não ver a quantidade de coisas que poder-me-iam fazer feliz, mas que não surgem... Cega por fazer da minha vida um brinquedo sentimental que qualquer um atira ao ar e deixa cair ao chão... Cega por deixar que a areia da praia seja atirada pelo vento para os meus olhos e me impeça de ver o por do sol no horizonte do mar... Eu preciso de mais do que isto! Eu preciso de encher os pulmões de ar e gritar ao mundo que sou feliz e que nada mais me faz falta! Eu preciso de olhar para o lado e ver um sorriso diferente mas com o mesmo significado do do dia anterior! Preciso de beijar cada pedaço de felicidade que a vida me dá, como se não houvesse amanhã! Preciso de viver cada coisa com o coração aos saltos, de transpirar adrenalina e sentir a carne a descolar dos ossos com ansiedade! Preciso de agarrar me com unhas e dentes a cada mísera oportunidade que me é dada! Preciso, não é uma questão de querer! Preciso de arrancar deste meu interior a força que se perdeu. E não pensem que já não a procurei... Já perdi a conta às vezes que a procurei! Só... Parece-me que ela não quer aparecer e pronto!
E assim continuo... Continuo à espera do sol que não quer aparecer, do vento que não quer correr, das nuvens que não querem passar, da chuva que não quer cair, do mundo que não quer ser justo! E nada, mas nada me convence que esta vida foi feita para ser feliz... O nosso objetivo é aprender, e não sentir! E é isso mesmo que me move: mostrar à vida que é possível sentir! E sentir tudo de uma só vez, ou aos poucos, não quero saber! Quero viver, e essa é uma regalia da qual não vou abrir mão, nem hoje, nem nunca!

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