domingo, 16 de janeiro de 2011

Porquê insistir?

Às vezes estou deitada, à noite, sem conseguir dormir, e ponho-me a pensar na vida... O porquê disto, o porque não daquilo... Mas nunca chego a uma conclusão! Sinto-me mal por não poder mudar o mundo, por não conseguir com que as coisas difíceis se tornem fáceis... E tudo me faz uma tremenda confusão... Olho para as pessoas com quem convivo no dia-a-dia, e não vejo senão meros estranhos... Meros caminheiros no mesmo mundo em que eu vivo, no mesmo percurso que eu faço... Faz-me falta tanta coisa... Faz-me falta ser mulher, faz-me falta ser criança, faz-me falta falar, faz-me falta o silêncio, fazem-me falta as pessoas, faz-me falta estar sozinha... Faz-me falta saber quem sou e o que estou a fazer aqui, nesta coisa a que chamam mundo, onde eu não consigo ver mais do que uma maneira de sofrimento e dor...
Agarro a almofada, enfio a minha cara o mais profundo possível, e choro, para que as lágrimas sejam absorvidas o mais depressa possível, para que ninguém as veja nem lhes sinta a presença... Oiço passos, recomponho-me como se nada se tivesse passado. Ponho um sorriso nos lábios, e digo boa noite. Só a minha mente continua no mesmo mundo, no MEU mundo.
Toda a gente está já a dormir. Não consigo. A minha cabeça dá voltas por caminhos nunca antes percorridos. Surgem-me imagens nunca antes vistas. Não são pesadelos, não! Os meus olhos continuam bem abertos, embora forçados a fechar pelas lágrimas que teimam em regressar. Mas não tento evitá-las. Ninguém me ouve... Ninguém me vê. Sou só eu e Deus. Falo com Ele. Choro, rio, conto-lhe as peripécias do meu dia... Sei que é O único que me ouve e não me julga...
Olho para o telemóvel para ver as horas. Tenho uma ou duas mensagens, que ignoro, pois já não tenho cabeça para responder. Passam das 2 horas... O sono não chega, para me levar para um mundo que eu sei que não passa de fantasia. Continuo no mundo real, a pensar em coisas reais. Tanta gente que queria ter ao pé de mim naquele momento... Tanta... No entanto, é sozinha que estou bem. Ninguém para me dizer "não chores!", e eu continuo a chorar... Qual é o problema? São só lágrimas... Não me fazem falta. Tenho mais de onde vieram essas... Muitas mais!
Penso nas pessoas com quem estive durante o dia... Penso se já estarão a dormir ou se, como eu, estarão acordadas a fazer qualquer coisa (possivelmente mais útil que aquilo que eu faço). Sinto falta de um carinho. De um beijo, de um abraço, ou de uma simples palavra de conforto. Não consigo mesmo dormir. Desistir, talvez? Não, não sou assim... Não vou desistir. Vou continuar a lutar... Afloram-me imagens de muitas pessoas que me fazem tanta falta... Que, estando tão perto, estão tão longe... Sinto vontade de desistir... Não só de dormir... Mas de tudo!
Olho mais uma vez para o telemóvel. Gostava que eles me dissessem alguma coisa. Gosto de ti, fazes-me falta... Mas pelos vistos sou só eu que sinto a falta deles... Não faz mal... É normal... Já estou habituada, e não me vou desabituar! É a vida, não é?... Passam das 3 horas... Quero dormir e esquecer tudo... Pego no meu peluche e abraço-o com toda a força. Sei que ele não me vai empurrar e dizer que não me quer por perto. Está na hora de ir... As lágrimas secaram, o filme acabou... Amanhã é um novo dia, vou esperar para ver o que acontece... Quem sabe eu estaria errada? Hum... Duvido... Este meu mundo vai permanecer igual... Sem que ninguém se aperceba que ele existe... Enfim... Tudo na vida tem um fim, e eu estou prestes a acabar... Não quero mais falar deles... São pessoas, são.... Pessoas... Não me deixam tomar as minhas decisões, não me deixam falar, não deixam que lhes diga o quanto gosto deles... Mas pronto... Um dia saberão... Um dia também eles estarão agarrados à almofada a pensar em mim... Até lá... Vou dormir... Se amanhã acordar... Quem sabe, se tudo não será diferente...

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