segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Quando dou por mim...

Sou assim, imperfeita. Acredita naquilo que te digo. Mentiria se dissesse o contrário. Sou assim, imperfeita. Corro atrás do que me faz rir às gargalhadas, ainda que possa ser a circunstância mais ridícula que já viste. Choro. Choro muito, quando (tudo) me magoa. E tudo me magoa. E tudo me faz rir às gargalhadas. Tenho dois extremos gigantescos. Porque sou imperfeita. Não vivo pelo meio-termo. Ou sim, ou não. Ou tudo, ou nada. Quero morrer um dia com a consciência de que disse tudo o que sentia, de que vivi tudo o que queria. Ou então com o peso de não o ter feito, porque não. Sem razão aparente. Apenas porque não.
Não gosto de te dar explicações por sentir coisas... Sinto as coisas, e pronto. Não me peças que te explique. E tenho de to dizer quando sinto. Quando quero. E não compreendes o porquê de não te querer compreender. De não compreender o porquê de não me compreenderes. Compreendes isto? Não... Claro que não... Não me sei expressar de melhor forma... Perdoa-me por isso. Tenho-te escrito na pele. A caneta de tinta permanente. Só queria que me tivesses a mim também. Mas isto é porque sou imperfeita. E porque não sou como tantas e tantas outras pessoas que vejo passar na rua. Monocórdicas na voz e no coração. Sem mudança de expressão. Lívidas de uma forma que transparecem tudo o que sentem. Que é nada. Não sentem nada, a não ser conforto por terem, ou revolta por não terem. Mais nada além disso. Não sei ser assim. Nunca me ensinaram. Eu sinto. E ainda que não sinta, imploro por sentir. Porque me sinto viva, além de morrer por dentro. Mas isso é, talvez, porque sou assim, imperfeita.
E a cada palavra que escrevo as minhas mãos tremem. Porque não quero falar. Não quero dizer... Mas preciso. Quero fazê-lo. Quero e não quero. Já não sei bem... Sei que te quero. Só isso. Sei que te quero. Mas sou imperfeita demais para to dizer, tantas vezes... Talvez até para to mostrar. Sinto uma turba dentro da minha cabeça. O meu cérebro é espezinhado a cada segundo por centenas de mini pessoas ou coisas que correm em tumulto para me darem ordens. E tantas vezes não sei quais devo ouvir. É porque sou assim, imperfeita. Perdoa-me por isso também. Preciso de ti. Preciso que me envolvas nesse abraço eternamente. Preciso que faças de mim parte de ti. Preciso que me escrevas. A tinta permanente também, como eu te escrevi. Sabendo que sou assim, imperfeita. Preciso que sejas o motivo. O meu motivo. Perdoa-me por te dar este cargo, mas é porque o és. És o meu motivo, e preciso que o sejas, sempre. Fica comigo. Dorme ao meu lado, e acorda ao meu lado. Enche-me de ti, todos os dias. Enche-me de ti. Sufoca-me de ti. Amo-te.

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