Não sei mais o que sou...
Não sei mais o que quero...
Sinto um véu negro à minha frente, que me impede de alcançar o caminho para a felicidade, e tudo fica mais longe... E mais, e mais... Estás aí? Dá-me a tua mão. Deixa-me sentir que não estou sozinha neste caminho para o abismo. Diz-me que gostas de mim como outrora gostaste... E sussurra ao meu ouvido que estarás sempre aí. Basta-me a brisa das tuas palavras para reconfortar a minha alma. Basta-me saber que estarás a minha espera quando eu conseguir trespassar este véu de dor, este véu de mágoa e ódio, que só me permite ver a vingança. Não quero ser assim. Não quero ser fria como a neve que cai em Dezembro em Nova Iorque. Não quero o meu coração duro como gesso. Mas é isso que está a acontecer. E tudo porque não sei mais o que significas para mim, e o que eu significo para ti... Aliás... Não sei quem tu és. Não te reconheço. Permaneces aquele anjo branco que vejo todas as noites, que me pega ao colo e me leva a voar pelos céus de Paris, a sentir o vento levantar-me a camisola, enquanto o ar penetra o meu peito, enxergando o meu coração com uma nova esperança, uma esperança mentirosa e falsa, que simplesmente me derrota, e me faz fraca. Não tenho poderes para contrariar estas tuas visitas. Gosto delas. Gosto de sentir que, apesar de tudo não passar de um sonho, tu estás cá. Mesmo que quando eu acorde, não passes de uma névoa sem forma, corroída pelas lágrimas que liberto quando sei que te vais embora, que não vou voltar a ver-te...
Preciso de sentir, mais uma vez, essas tuas mãos apertando as minhas. Preciso que me digas que, apesar de o teu rosto permanecer escondido na luz negra da noite, os teus olhos castanhos continuam a fixar-me dia e noite, trespassando a minha alma e roubando os meus sentimentos maus, para que as recordações que tenho de ti me levem a querer-te mais e mais.
Não te vejo, não te ouço, e choro por isso, apesar de saber que estás sempre mais perto que aquilo que eu imagino, e provavelmente, mais perto do que aquilo que eu queria. Mas não vou afastar-te, não. Preciso de ti ao meu lado, cantando-me uma canção de embalar, enquanto eu te abraço e te digo o quanto gosto de ti. Preciso de ver esse teu sorriso dirigido a mim, contando-me da minha vida como se uma anedota fosse. Quem me dera ter essa tua força, esse teu poder de, mesmo escondido, encarar o mundo tal como ele é.
Nunca vi de ti uma lágrima, nunca um suspiro, nunca um temor. Perfeito? Talvez sejas... Estou ainda longe de conhecer o verdadeiro TU. Sinto-te presente como se fizesses parte de mim desde sempre, como se me pertencesses e eu a ti, como se os teus olhos fossem os meus, como se a tua boca fosse a minha... E continuo à espera que te mostres a mim sem receios, que deixes tudo de lado para vir comigo para a minha Terra do Nunca, para viver um sonho do qual ninguém mais me poderá acordar... Espero... Com calma e tranquilidade, porque sei que não me vais desiludir.
O meu único receio é que não passes de um sonho... Ou que talvez nunca vá ver os teus olhos castanhos a olhar para os meus...
Quero-te, preciso-te, desejo-te, amo-te. Sim, amo-te indivíduo estranho. Um dia, vou chegar ao teu coração, e aí saberás que nunca te menti, apenas nunca te disse toda a verdade...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAntes de mais agradeço o tão gentil comentário, e sinto-me na necessidade de pedir mil desculpas por não saber quem é o autor de tão agradáveis palavras. É um prazer saber que há alguém que me compreende, e acima de tudo, apesar de todos os meus defeitos, consegue arrancar-me um sorriso do rosto com elogios. Muito obrigada, estou profundamente enternecida. :)
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