terça-feira, 31 de maio de 2011

Tu e só tu!

Tu, que estás aqui sempre que me lembro que estou mal, e que alguém tem de me ouvir...
Tu, que me aconselhas sempre da melhor maneira...
Tu, que me dás sermões e me passas raspanetes quando faço as coisas erradamente...
Tu, que até hoje nunca criaste ideias prévias, e ouviste-me sempre antes de me julgar...
Tu, que me pedes para eu ignorar o que me faz tanto mal...
Tu, que tentas adivinhar sobre quem são os meus textos...
Tu, que tiveste comigo aquela conversa naquele sítio que será recordado para sempre...
Tu, obrigada por seres tu!

Eu adoro-te, e tu sabes disso!
Obrigada por estares aí sempre que preciso de ti! <3
M.B.S.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não vou voltar a esconder-me atrás de ti!

Hoje chorei, sim! Chorei pelo que me disseste e pelo que não me disseste. Chorei por não conseguir mais trazer tudo de volta. A amizade, o carinho, a cumplicidade, os abraços, os beijinhos, as riscalhadas no caderno de Filosofia...
Disse-te que me desiludiste... Talvez não tenhas sido tu a desiludir-me. Talvez eu é que me tenha desapontado com a minha falta de capacidade para trazer-te de volta... Para poder reviver aquela frase pelo lado positivo, e não pelo negativo que tem tomado...
Já não sei o que faço bem ou mal, já não sei quando avançar ou recuar, já não sei nada! Não te conheço, não conheço esse personagem em quem te foste tornando ao longo destes dias. E dói! Dói muito saber que, pela primeira vez em tanto tempo, vou ter de avançar sem ti ao meu lado... Já tenho saudades daqueles abraços que duravam minutos, daquelas conversas de horas, dos momentinhos de piadas e de coisas mais sérias... Já sinto falta das vezes em que me escondia para não chorar à tua frente!
Agora... É impossível evitar! Porque tudo me faz falta! Tu fazes-me falta! Muita falta! Não sei se vou suportar um ano assim... Sabendo que tudo já foi tão diferente, e que, por circunstâncias que eu não conheço, e que tu afirmas desconhecer, tudo mudou, tanto, e tão depressa!
Não sei mais que caminho seguir. Estou perdida no meio de um labirinto que não tem fim. Não sei que caminho tomar! Todos eles são tão difíceis, tão cruéis! Não sei se ignorar todas as circunstâncias, e avançar para uma nova etapa. Não sei se esquecer os bons momentos... Mas não quero fazer isso! Não quero, porque gosto demasiado de ti para me esquecer que és meu IRMÃO! Para além de tudo, és meu irmão, e preciso de saber que vais estar aqui, ainda que mudo e calado, mas que vais estar aqui! Por favor, não deixes que a vida tome conta de tudo aquilo que foi tão difícil de construir! Não me deixes a lutar sozinha! Luta comigo! Por favor, luta comigo!

domingo, 29 de maio de 2011

Sim, ainda estou aqui...

Sim, ainda continuo à espera, à espera que tudo volte a ser como era...
Sim, ainda tenho esperança de que tudo não passe de uma ilusão...
Sim, eu sei que os dias são cada vez mais difíceis, mas sabes que nunca desisti, porque foste tu desistir?
Sim, eu prometi que ia esquecer e avançar, mas a verdade é que há coisas que me fazem realmente falta...
Sim, o meu orgulho impede-me de chegar à tua beira e dizer-te que sinto a tua falta, que à vezes preciso de ti...
Sim, continuo do teu lado, a apoiar-te incondicionalmente, apesar de quase nem te aperceberes disso...
Sim, vou continuar aqui se precisares de mim, apesar de nunca estares lá quando eu preciso de ti!
Sim, vou continuar atenta à tua dor, enquanto ignoras a minha...
Sim, vou defender-te com unhas e dentes enquanto te ris de mim na minha fraqueza...
Sim, vou continuar a gostar de ti da mesma maneira, independentemente da distância...
Sim, vou continuar a chorar nas tuas costas e a sorrir à tua frente...
Sim, vou mostrar-te resistência mesmo que o meu corpo e a minha mente me implorem para me abater...
Sim, estou disposta a respeitar as mudanças, mas não me peças que as aceite...
Sim, vou continuar à espera que chegues à minha beira, e me digas que tudo voltou ao normal...

Mas se isso não acontecer...

Não, não vou chorar por tu partires...
Não, não vou correr atrás de ti...
Não, não vou lutar e voltar a sofrer...
Não, não vou deixar que voltes atrás...
Não, não vou voltar a olhar-te nos olhos...
Não, não vou continuar a acender a vela de cada vez que ela se apaga...

Vou deixar que se apague de vez... Mais um ano... Só mais um ano que resta para mudar as coisas... Talvez menos, quem sabe? Talvez seja eu a ir-me embora... Está tudo nas tuas mãos. Só lutas se quiseres lutar, não te obrigo a nada... E peço-te que não o faças por pena... Só preciso que me mostres que não o queres fazer, e prometo-te que desisto... Apenas... Não me faças esperar mais!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"E ali, onde cessa o canto, começa o beijo..."

Estava quase escuro. Apenas se via uma pequena faixa de luz pela brecha da janela pouco aberta. Não sentia a escuridão. Estava demasiado abstraída do clima quente e seco, daquele cheiro a terra que permanecia no ar. Fechei os olhos e inspirei profundamente. Mais uma vez uma imagem daquele dia me veio à cabeça. Nunca mais conseguira esquecer. Tocaste-me, distraidamente, e ainda assim um arrepio percorreu todo o meu corpo. Olhaste para mim com esses olhos castanhos a penetrar os meus, e com um sorriso pediste desculpa. E eu desculpei.
Tenho saudades, sim. Já não me lembro da cor da tua pele. Sei que eras moreno. Não muito, ou talvez sim. Não consigo realmente lembrar-me. E o teu cabelo castanho... Não me lembro se liso ou ondulado... Talvez encaracolado, não sei. Apenas me lembro dos teus olhos e do teu sorriso. Ah, esse sorriso...
Persegues-me. O porquê, não sei. Apenas sei que é bom. Gosto que me persigas, apesar de me incomodar não saber as tuas razões, ou, quem sabe, as minhas razões. Preciso de voltar a ver-te. Preciso de voltar a descobrir-te cada feição, cada pormenor do teu corpo. Preciso que saias por um momento das minhas memórias, e te tornes parte do meu pensamento presente. Desta vez sem te pareceres uma névoa esfumada no horizonte. Desta vez, preciso que me beijes a mão e me digas "até amanhã". Não sei se suporto mais esta memória que me traz tanto o passado sem que te traga para o meu presente.
Volta para mim, voltas?
Vou acordar, mas não quero. Porque sei que vais voltar a partir. É impossível evitar. Abro os olhos, e olho para o relógio. São 9h. Estou atrasada, mas pouco me importa, pois tudo me parece ainda um pesadelo, e não a vida real. Há que encarar a realidade. Sorrio, relembro apenas mais uma vez aquele olhar... Daquele dia que nunca irei esquecer. Pego na mochila e saio de casa. Não penso mais em ti, pois sei que vais voltar. Então, até logo à noite.
Dás-me um beijo de despedida?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma mão cheia de nada...

Sabes que hoje tive um sonho muito estranho? Sonhei que não precisava de te perguntar nada, porque a resposta surgia ainda antes de falar. Sonhei que não precisava de te dizer que estava mal, porque ainda antes de começar a chorar, os teus braços já me envolviam, e o teu carinho paternal reconfortava o meu coração. Estranho, não? Outra coisa estranha de que me lembro é de uma pulseira azul que trazias sempre contigo. Gostava de brincar com ela. Enrolava-a nos meus dedos, enquanto tu te entretias a ignorar-me. Ou porque tinhas de atender o telemóvel, ou porque tinhas outra coisa qualquer para fazer. Enfim... Mas eu gostava de, simplesmente, sentir a tua presença. Saber que estavas lá, independentemente daquilo que estivesses a fazer. Mas tudo não passou de um sonho, não é verdade? Ou será que passou? Hmm...
Lembras-te daquele dia em que nos sentámos lado a lado, e nem uma palavra foi proferida? Lembras-te do porquê daquele momento? Lembras-te?
Eu? Como poderia esquecer? Tinha vontade de pegar-te nas mãos e colá-las ao meu coração, para saberes realmente o porquê de estarmos ali. O porquê de eu querer estar ali. Mas não disse nem fiz nada. Limitei-me a ficar ali a olhar para ti, como se estivesse à espera da cura de uma doença, que, na verdade, até tinha. Era doente por ti. Davas-me febre, a minha cabeça andava à roda a todo o momento (e não no bom sentido), e nem mesmo os medicamentos mais fortes conseguiam curar aquela doença, aquele parasita que não me permitia arrancá-lo do meu coração. Que raiva! Que raiva que tive de mim própria e de ti! Que raiva que senti por saber que, mesmo tendo-te à minha frente, era como se estivesses a quilómetros de distância! Que raiva senti por saber que o teu coração não me pertencia, e estavas disposto a dá-lo a outra! RAIVA! O que senti naqueles dias não se ficou pela tristeza, pela solidão. Não tiveste oportunidade de ver o monstro em que me tornei, a frieza com que tratava todos, e até a mim própria. Afastei-me o máximo que pude, porque estava a decompor-me em pequenas peças que ninguém conseguiria voltar a juntar. Perdi uma parte de mim, sim, perdi. As minhas mãos, antes fechadas, num sentimento orgulhoso de confiança, mostravam-se agora como um trono destroçado e derrotado pelo seu pior inimigo. A minha cabeça prostrou-se por terra como nunca se houvera prostrado. Perdi a dignidade, perdi a fé, perdi a vontade. Não queria lutar, pois sabia que seria uma luta perdida. Limitei-me a deixar-me abater mais e mais, enquanto te via a elevares-te à minha frente. Mas as forças faltavam, e fechei os olhos, pois tencionava entrar num sono profundo, do qual só acordaria quando tivesse força para voltar a lutar. Quando tivesse força para te enfrentar de cabeça erguida e dizer-te o que nunca tive a coragem para dizer. Esperei, desesperei, um dia parecia um século, e cada dia que passava me fazia derramar uma lágrima, e jurei que todas aquelas lágrimas me seriam pagas. Todas!
Acordei, finalmente! Não tinha sido um sonho, não. O meu estado de hipnose era de tal forma potente, que não foi fácil tornar-me aquilo que sou hoje. Se alguma vez me senti uma mulher foi quando arranjei forças para encarar um problema que não devia ter de enfrentar tão cedo. Mas enfrentei. Limitei-me a ignorar a tua felicidade para poder alcançar a minha. E consegui! E hoje, aquela raiva que senti, e que esteve tanto tempo acumulada, libertou-se. Decompôs-se em maturidade, consciência e sobretudo, orgulho de mim própria. Porque cresci. E não precisei de ti nem de ninguém para me enxugar as lágrimas, nem para me pedir um sorriso. Porque eu limpei as lágrimas sozinha, e mostrei o sorriso mais confiante que tinha, só para ti! Só para te provar que sou grande. Sou tão grande, que fui capaz de ultrapassar. Coloquei uma pedra sobre tudo. E estou aqui, hoje, como tua amiga, como tua irmã, e como prova de que, afinal, é com os grandes erros e as grandes mágoas que se aprende a gostar realmente. Descobri como gostar de ti, descobri a maneira certa, e sabes que vais estar sempre no meu coração como um marcador de página do livro da minha vida. Hoje, posso dizer com toda a perícia que tenho: Gosto muitíssimo infinitamente ao quadrado de ti. Obrigada. A palavra certa é mesmo essa: Obrigada!