sexta-feira, 18 de março de 2011

Goodbye my almost lover...

Não suporto mais o lamento das minhas palavras e expressões cada dia... Não suporto o barulho das minhas lágrimas e a melodia das tuas gargalhadas. Estou farta! Estou farta de lutar por algo que não me pertence, nunca pertenceu e nunca pertencerá. Desisto agora mesmo de todos os esforços em vão, de todas as palavras perdidas. CHEGA!
Ainda vais beijar-me a mão, e ao sentir o perfume da minha pele, vais desejar que tudo tivesse sido diferente...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Coisas pequeninas que doem tanto...

Há muito que não oiço o vento soprar... A chuva que cai no meu coração abafa os sons omnipresentes da Natureza, e tudo não passa de uma turbulência, na qual a minha alma entra em ebulição, e o meu sangue endurece como lava consolidada. A minha face perdeu a cor, os meus olhos perderam o brilho... Já nem mesmo os meus lábios se abrem naquele sorriso que outrora mostrei, e senti orgulho em mostrar. Estou vazia, seca, oca.
Olho as minhas mãos, agora envelhecidas devido a palidez da minha pele. Amarelas, enrugadas, as calosidades a sobreporem-se às palavras doces e meigas que um dia aqui escrevi. Palavras essas que me faziam lembrar vida, presença intemporal de um ser místico e irreal que penetrava o meu cérebro e me consciencializava de que sou realmente boa, de que realmente valho algo, de que sou verdadeiramente importante na vida de alguém. Mas tudo mudou. É como se a viagem da minha vida me levasse para um polo da Terra, onde o frio congelou toda a réstia de coragem e valor que eu ainda conseguia suportar. Como se uma lufada de ar me despenteasse os cabelos, e levasse consigo toda a minha compaixão, toda a minha loucura saudável que já possuí, mas que agora imploro para voltar, sem qualquer resposta positiva.
Vazio. Silêncio. Escuro. Os meus olhos mudaram de cor, como se o Sol tivesses entrado e estimulado a produção de uma qualquer hormona carnal, modificando a pigmentação da íris que já vi verde, castanha, dourada. Negro, é tudo o que vejo agora. Um véu negro que me impede de alcançar a verdade, que me impede de ver a realidade, que simplesmente não me deixa amadurecer o suficiente para perceber que há saudades. Há cada vez mais saudades... E mais, e mais... Sinto falta dos tempos em que me sentava na varanda a apreciar o fogo de artifício colorido, numa noite de Verão, sem pensar noutra coisa que não fosse a beleza daquele espectáculo luminoso. Sinto falta do tempo em que mostrava um sorriso em troca de um carinho, em que colocava a minha mão sobre o cabelo e ainda conseguia sentir aquele perfume adocicado que me amaciava o espírito. Nada... Nada mais me faz lembrar isso. Não há Primavera, Verão, Outono ou Inverno que me traga aquele perfume. Não há areia de praia nem azul de céu que me faça esquecer o dourado daqueles olhos ou o fogo de artifício desalinhado e despreocupado que me enchia olhos e ouvidos num concerto de lágrimas e sorrisos. Nada mais me traz de volta as conversas inocentes e curiosas que um dia tive... Que um dia tivemos... Nada!
Opções? Terei? Poder-se-ão chamar opções? Escolhas? Eu diria obrigações. Obrigação de obedecer a uma vida sobre a qual já não temos rédea, que nos possui e nos entrega às mãos do destino, que nos revolve num misto de preocupações próprias e alheias.
Preciso de um sorriso dado com ternura. Vem, vem e receber-te-ei de braços abertos, como o pai que acolhe o filho pródigo. Dar-te-ei tudo aquilo que outrora te dei, e verás que poderei ser feliz, se alguém tiver coragem suficiente para me dizer "eu gosto de ti!"

terça-feira, 15 de março de 2011

Fala-me...

Não sei mais o que sou...
Não sei mais o que quero...
Sinto um véu negro à minha frente, que me impede de alcançar o caminho para a felicidade, e tudo fica mais longe... E mais, e mais... Estás aí? Dá-me a tua mão. Deixa-me sentir que não estou sozinha neste caminho para o abismo. Diz-me que gostas de mim como outrora gostaste... E sussurra ao meu ouvido que estarás sempre aí. Basta-me a brisa das tuas palavras para reconfortar a minha alma. Basta-me saber que estarás a minha espera quando eu conseguir trespassar este véu de dor, este véu de mágoa e ódio, que só me permite ver a vingança. Não quero ser assim. Não quero ser fria como a neve que cai em Dezembro em Nova Iorque. Não quero o meu coração duro como gesso. Mas é isso que está a acontecer. E tudo porque não sei mais o que significas para mim, e o que eu significo para ti...  Aliás... Não sei quem tu és. Não te reconheço. Permaneces aquele anjo branco que vejo todas as noites, que me pega ao colo e me leva a voar pelos céus de Paris, a sentir o vento levantar-me a camisola, enquanto o ar penetra o meu peito, enxergando o meu coração com uma nova esperança, uma esperança mentirosa e falsa, que simplesmente me derrota, e me faz fraca. Não tenho poderes para contrariar estas tuas visitas. Gosto delas. Gosto de sentir que, apesar de tudo não passar de um sonho, tu estás cá. Mesmo que quando eu acorde, não passes de uma névoa sem forma, corroída pelas lágrimas que liberto quando sei que te vais embora, que não vou voltar a ver-te...
Preciso de sentir, mais uma vez, essas tuas mãos apertando as minhas. Preciso que me digas que, apesar de o teu rosto permanecer escondido na luz negra da noite, os teus olhos castanhos continuam a fixar-me dia e noite, trespassando a minha alma e roubando os meus sentimentos maus, para que as recordações que tenho de ti me levem a querer-te mais e mais.
Não te vejo, não te ouço, e choro por isso, apesar de saber que estás sempre mais perto que aquilo que eu imagino, e provavelmente, mais perto do que aquilo que eu queria. Mas não vou afastar-te, não. Preciso de ti ao meu lado, cantando-me uma canção de embalar, enquanto eu te abraço e te digo o quanto gosto de ti. Preciso de ver esse teu sorriso dirigido a mim, contando-me da minha vida como se uma anedota fosse. Quem me dera ter essa tua força, esse teu poder de, mesmo escondido, encarar o mundo tal como ele é.
Nunca vi de ti uma lágrima, nunca um suspiro, nunca um temor. Perfeito? Talvez sejas... Estou ainda longe de conhecer o verdadeiro TU. Sinto-te presente como se fizesses parte de mim desde sempre, como se me pertencesses e eu a ti, como se os teus olhos fossem os meus, como se a tua boca fosse a minha... E continuo à espera que te mostres a mim sem receios, que deixes tudo de lado para vir comigo para a minha Terra do Nunca, para viver um sonho do qual ninguém mais me poderá acordar... Espero... Com calma e tranquilidade, porque sei que não me vais desiludir.
O meu único receio é que não passes de um sonho... Ou que talvez nunca vá ver os teus olhos castanhos a olhar para os meus...
Quero-te, preciso-te, desejo-te, amo-te. Sim, amo-te indivíduo estranho. Um dia, vou chegar ao teu coração, e aí saberás que nunca te menti, apenas nunca te disse toda a verdade...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Quero voltar... *.*

Chegou a Sexta-feira de manhã e o dia parecia um Inferno. As horas passavam tão lentamente que irritava! A minha vontade de dar um grito aumentava a cada segundo, mas consegui resistir e esperei... Esperei com a calma que consegui. Finalmente, depois de muitos suspiros e sorrisos irónicos, acabaram as aulas. Mais um contratempo ou outro, mas assim que me vi dentro do carro com destino aquele local que eu tanto ansiava, o meu coração respirou de alívio. Fiz a viagem com a tenção a todos os pormenores que nos rodeavam, até que... Lá estávamos nós. Saí do carro, ansiosa e extasiada, e peguei na mochila. Dirigi-me à casa, e um sufoco impediu-me de entrar imediatamente. Respirei fundo, e deixei que um arrepio de felicidade percorresse todo o meu corpo. Entrei e olhei para todos os cantos daquela casa que me ia acolher durante o fim de semana. Pequenina, suja, mas nem assim pouco acolhedora. Desfizemos as mochilas, e estava tudo apto para o início de uma aventura, cujas expectativas não alcançavam o perfeito, apenas se ficavam pelo bom.
Abracei-os a todos. As saudades dos momentos juntos há muito que apertavam, e senti-me feliz por poder estar de novo naquela família. Instalámo-nos como se a casa fosse nossa, e, todos reunidos, jantámos, jogámos, rimos, e por fim, fomos deitar-nos. Naquela noite não consegui dormir. Milhões de coisas invadiam-me o pensamento e perfuravam-no como se de setas se tratassem. Dei mil voltas dentro do saco-cama, mas nada... Fechei os olhos, e penso ter conseguido adormecer durante cerca de uma hora, mas pouco depois estava de tal maneira desperta, que mais nenhum sono conseguiu derrotar-me. Não era a única com dificuldades em dormir, e fizemos de tal maneira barulho, que tivemos de levantar-nos mais cedo por nossa causa. Tenho de confessar que fiquei aliviada, mais um momento ali deitada e era capaz de por-me aos berros. A minha vida ali não era dormir. Precisava de acção, precisava de viver...
O dia de Sábado foi a coisa mais maravilhosa do mundo. A partilha, a união, a amizade criada, os sorrisos, as lágrimas, a inter-ajuda... Tudo! Fizemos jogos mega divertidos, e nem o tempo conseguiu destruir a nossa boa disposição. Porque estávamos felizes, porque estávamos realmente a viver aquilo por que tanto ansiávamos! Era o verdadeiro escutismo a tomar posse de todos nós! E nós deixámos! Aquele fogo de concelho perfeito, que nos fez rir, chorar, apreciar as coisas boas que a vida nos pode oferecer... E a amizade crescia mais e mais... E todos queríamos ficar ali, naquele sítio onde todos nos tornámos, e provámos uns aos outros que somos humanos, que temos defeitos e virtudes, e que, acima de tudo, estamos sempre lá uns para os outros...
Mas o tempo foi passando. A noite de Sábado foi muito mais calma. Ao acordar, a felicidade e a amizade estampava-se no rosto de cada um, mas apreciava-se também uma ponta de tristeza, pois estava a acabar. Aproveitámos tudo até ao último momento! Partilhámos segredos, emoções, e descobri que os verdadeiros amigos, por vezes, estão mais perto que aquilo que pensamos... E sinceramente, foi um troféu na minha vida ter descoberto pessoas tão perfeitas quanto eles.
O dia de Domingo passou depressa. Chegou o Domingo à tarde, e os pais apareceram para nos trazer para casa. A verdade é que nós já estávamos em casa. Uma casa que, apesar de temporariamente, passou a ser permanentemente nossa. Pois uma casa é aquela onde se vivem momentos que nunca se esquecem, e tenho a certeza que aqueles momentos estarão sempre registados no livro da vida de cada um de nós a tinta permanente.
Descobrimos amizade, amizade, amizade, amizade e amizade! E esta amizade que foi descoberta vai continuar a crescer mais e mais, e momentos como este repetir-se-ão. Porque uma união como esta não se quebra facilmente, e os meus Pioneiros serão sempre recordados pelas melhores razões. Já sinto saudades do fim-de-semana, mas não me deixo abater por isso, porque tenho a certeza que mais momentos destes virão não tarda...

Pioneiros 1302
Coelheira, 4-6 de Março de 2011 <3

terça-feira, 1 de março de 2011

A dor de uma lágrima...

Sempre me disseram que o amor não dói, sente-se e vive-se. Mas será que não dói mesmo? Talvez não seja a pessoa certa para falar disto, até porque ainda não sei bem o que é o amor, e a que é que se pode chamar amor. Simplesmente não tenho conhecimento nem vivências suficientes para falar disto, mas é um tema em que insisto bastante, talvez por ser uma das coisas que ainda não conheço bem e gostava de conhecer. É algo que me intriga.
Sempre imaginei o amor como uma coisa maravilhosa que arrancava sorrisos do rosto das pessoas que o têm. Mas afinal... Começo a descobrir que o verdadeiro amor não é esse mar de rosas que todos tentam idealizar. É bem mais do que isso, é bem mais difícil do que isso... É algo que, por palavras não se consegue explicar. É uma imensidão de sentimentos, todos unidos que nos levam a querer gostar de alguém, a ter prazer nesse gostar. Para além de querer estar sempre perto de uma pessoa, é sentir saudades dela quando está longe. É sorrir quando está feliz, e chorar quando está triste. É sentir vontade de dar a vida por essa pessoa, é sentir vontade de matar alguém que lhe  fez mal, é sentir vontade de morrer por não conseguir arrancar um sorriso dos seus lábios. É sentir-se derrotado quando magoamos essa pessoa, é chorar escondido porque não se quer que ninguém saiba o quanto realmente gostamos dela... Além disso, é saber que essa pessoa também nos ama, e jurar carinho eterno, independentemente das circunstâncias da vida. É olhar nos olhos dessa pessoa e conseguir dizer "Eu só quero o teu bem, mesmo que para isso eu tenha de sofrer!"...
Estas palavras são ditas com tal verdade e vontade, que... o sentimento provocado nas pessoas que as escutam é incontrolável. Raiva por não ter coragem de retribuir as palavras, angústia por saber que há alguém que gosta tanto de nós, e nós nem sempre sabemos reconhecer isso e dar-lhe valor... Tanta coisa que nestas palavras, apesar de tão reconfortantes e ternas, provoca uma dor imensa no nosso coração... E ficamos a pensar se realmente merecemos todo aquele amor, toda aquela vida que nos estão a disponibilizar... E pensamos se algum dia vamos conseguir retribuir esse sentimento... E descobrimos que sentimento igual a esse não vamos encontrar nunca em mais lugar nenhum... Nem amor, nem carinho, nem os olhares ternurentos, nem aquelas lágrimas tão pouco merecidas que escorrem pela face... Por muito que procuremos, nunca vamos encontrar nada parecido... O maior amor que algum dia vamos ter na vida, já temos, e não muito longe. Basta olhar para o nosso redor, só com um pouco de atenção, e veremos que, mesmo que não muito visível, aqueles olhos estarão a olhar para nós e aquele sorriso continuará a iluminar-nos todos os dias... E enquanto eles lá estiverem, nada mais na vida fará tanto sentido quanto isso...