quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Doce ou... Amargo...

Hoje é um daqueles dias em que não me apetece fazer nada... Absolutamente nada... Não me apetece estudar, não me apetece escrever, não me apetece ouvir música, não me apetece ver filmes... Apetece-me estar sozinha... Só comigo! Pensar em coisas que nunca me dei ao trabalho de pensar... Pensar por exemplo... No sabor das coisas... Porque é que os iogurtes da leiteira sabem a leite? Porque é que a maçã sabe a fruto e a açúcar? Porque é que a carne sabe a... carne! E porquê associar o sabor a alimento? Será que temos tanto essa mentalidade carnal e devoradora de saborear apenas aquilo que comemos?...
E que tal saborear um momento? Uma palavra? Um gesto? Um perfume, uma flor, um lençol acabado de ser lavado, um beijo? Porque não saborear as coisas... Que têm um sabor, não de paladar, mas saboroso? Já se lembraram disso? Saboreiem a vida, saboreiem os bons momentos, saboreiem um beijo, uma carícia, um abraço...
Mas saibam saborear também os momentos de dor, de angústia, de uma promessa não cumprida, de uma palavra não dita, de um gesto feio e cruel, pois é com isso que vamos aprendendo o sabor das coisas... É com isso que nos ajudamos a nós próprios a crescer e a amadurecer... É com isso que aprendemos a dar valor a novos sabores... a novas vivências... Saboreamos a solidão como quem saboreia uma laranja verde, azeda... Mas sabemos que a laranja vai amadurecer e tornar-se doce... Então... Porque não saborear o azedo também? Não sabemos se gostamos até provarmos...
 Mas tudo depende das circunstâncias da vida, não é? Então... Há que deixar as coisas correrem, e irmos saboreando as pequenos momentos da vida que fazem de nós homens e mulheres mais ricos... Nunca se sabe aquilo que podemos aprender com todos esses momentos...


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sozinha à chuva...

Hoje, enquanto me dirigia para casa de um grande amigo meu, estava a pensar na vida. Entretanto, começa a chover torrencialmente, o que seria uma boa desculpa para correr, para me abrigar o mais depressa possível... Mas não... Permaneci com o mesmo passo lento e cuidado de antes.  Nunca gostei de chuva, sabem? O céu fica de um cinzento tão horrorizante, e o ambiente fica tão deprimente, que eu própria me sinto deprimida nestes dias... Mas enfim... Hoje deu-me para ficar a apreciar a chuva.
Já com os pés alagados, e as meias coladas às pernas, fiquei a apreciar a beleza que a chuva, afinal, pode trazer... É como que um banho de pureza que nos limpa a alma... Primeiro pensei: "Bolas, esta chuva só se lembra de aparecer quando eu estou na rua!", mas depois, acabei por ficar um bom bocado a olhar para o céu, a ver a quantidade de cores que ele tem... É bonito, na verdade! Muito bonito... E aquela chuva torrencial, a cair sobre a minha face com toda aquela fúria, fez-me pensar que o mundo às vezes não é tão mau como parece... Nós é que o fazemos parecer mau... Tal como nós, o mundo também tem o direito de descarregar a sua fúria... Aliás, acho muito bem que o faça! E que venha mais chuva para, como hoje, eu poder apreciar um dos dias mais belos da minha vida...
Mas sabem que mais? Agora estou a apreciar a chuva da minha janela... Sinto que Deus está chateado com alguém... Esta chuva pode vir a ser perigosa, quem sabe? Olho o meu reflexo no vidro da janela... E eu... Eu sou a chuva... Como? Não me perguntem... Eu sinto a chuva pingar com toda a força no meu coração. Como se o meu corpo fosse um continente, e essa chuva o fosse inundar, causando estragos por tudo quanto passasse... E é isso mesmo! Esta chuva não passa de um pensamento meu... Da minha raiva... Da minha fúria... Da minha vontade de cair e devastar multidões... Sou má? Diria apenas que sou pecadora... Que preciso de um tratamento contra esta dor, contra esta chuva...
Ouçam... A chuva continua a cair com toda a força... Acabará o mundo? Para alguns, talvez... E eu? E a minha chuva? E a minha fúria? E a minha mágoa? Acabará? É uma questão de esperar para ver... Enquanto isso, vou continuar a olhar a chuva lá fora... Tentando alcançá-la com a língua, para sentir o sabor da fúria...
Hmm... Afinal... Sabe a água... Insabor... Será assim a minha fúria? Será que apenas causa estragos, que não passa disso, que no fundo... Não tem sabor? É uma questão estranha e intrigante... Neste momento, sinto que não consigo alcançar a chuva, tal como não me consigo alcançar a mim mesma... E esta sensação de distância... Dói-me...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Porquê insistir?

Às vezes estou deitada, à noite, sem conseguir dormir, e ponho-me a pensar na vida... O porquê disto, o porque não daquilo... Mas nunca chego a uma conclusão! Sinto-me mal por não poder mudar o mundo, por não conseguir com que as coisas difíceis se tornem fáceis... E tudo me faz uma tremenda confusão... Olho para as pessoas com quem convivo no dia-a-dia, e não vejo senão meros estranhos... Meros caminheiros no mesmo mundo em que eu vivo, no mesmo percurso que eu faço... Faz-me falta tanta coisa... Faz-me falta ser mulher, faz-me falta ser criança, faz-me falta falar, faz-me falta o silêncio, fazem-me falta as pessoas, faz-me falta estar sozinha... Faz-me falta saber quem sou e o que estou a fazer aqui, nesta coisa a que chamam mundo, onde eu não consigo ver mais do que uma maneira de sofrimento e dor...
Agarro a almofada, enfio a minha cara o mais profundo possível, e choro, para que as lágrimas sejam absorvidas o mais depressa possível, para que ninguém as veja nem lhes sinta a presença... Oiço passos, recomponho-me como se nada se tivesse passado. Ponho um sorriso nos lábios, e digo boa noite. Só a minha mente continua no mesmo mundo, no MEU mundo.
Toda a gente está já a dormir. Não consigo. A minha cabeça dá voltas por caminhos nunca antes percorridos. Surgem-me imagens nunca antes vistas. Não são pesadelos, não! Os meus olhos continuam bem abertos, embora forçados a fechar pelas lágrimas que teimam em regressar. Mas não tento evitá-las. Ninguém me ouve... Ninguém me vê. Sou só eu e Deus. Falo com Ele. Choro, rio, conto-lhe as peripécias do meu dia... Sei que é O único que me ouve e não me julga...
Olho para o telemóvel para ver as horas. Tenho uma ou duas mensagens, que ignoro, pois já não tenho cabeça para responder. Passam das 2 horas... O sono não chega, para me levar para um mundo que eu sei que não passa de fantasia. Continuo no mundo real, a pensar em coisas reais. Tanta gente que queria ter ao pé de mim naquele momento... Tanta... No entanto, é sozinha que estou bem. Ninguém para me dizer "não chores!", e eu continuo a chorar... Qual é o problema? São só lágrimas... Não me fazem falta. Tenho mais de onde vieram essas... Muitas mais!
Penso nas pessoas com quem estive durante o dia... Penso se já estarão a dormir ou se, como eu, estarão acordadas a fazer qualquer coisa (possivelmente mais útil que aquilo que eu faço). Sinto falta de um carinho. De um beijo, de um abraço, ou de uma simples palavra de conforto. Não consigo mesmo dormir. Desistir, talvez? Não, não sou assim... Não vou desistir. Vou continuar a lutar... Afloram-me imagens de muitas pessoas que me fazem tanta falta... Que, estando tão perto, estão tão longe... Sinto vontade de desistir... Não só de dormir... Mas de tudo!
Olho mais uma vez para o telemóvel. Gostava que eles me dissessem alguma coisa. Gosto de ti, fazes-me falta... Mas pelos vistos sou só eu que sinto a falta deles... Não faz mal... É normal... Já estou habituada, e não me vou desabituar! É a vida, não é?... Passam das 3 horas... Quero dormir e esquecer tudo... Pego no meu peluche e abraço-o com toda a força. Sei que ele não me vai empurrar e dizer que não me quer por perto. Está na hora de ir... As lágrimas secaram, o filme acabou... Amanhã é um novo dia, vou esperar para ver o que acontece... Quem sabe eu estaria errada? Hum... Duvido... Este meu mundo vai permanecer igual... Sem que ninguém se aperceba que ele existe... Enfim... Tudo na vida tem um fim, e eu estou prestes a acabar... Não quero mais falar deles... São pessoas, são.... Pessoas... Não me deixam tomar as minhas decisões, não me deixam falar, não deixam que lhes diga o quanto gosto deles... Mas pronto... Um dia saberão... Um dia também eles estarão agarrados à almofada a pensar em mim... Até lá... Vou dormir... Se amanhã acordar... Quem sabe, se tudo não será diferente...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Saudades...

Sinto saudades dele... Sinto saudades de sair do bloco e tê-lo cá fora à espera para me dar um mega abraço, para me sussurrar "gosto muito de ti!". Sinto saudades do meu menino, daquela inocência, daqueles olhos verdes, daquela simpatia, daquela voz... Sinto saudades dele...
Às vezes ponho-me a pensar em como as coisas mudam... Ainda ontem ele era um menino, ainda ontem estava aqui, perto de mim, para me dar um abraço nos piores momentos... Agora... Longe. Longe de mim, longe dos meus olhos, longe do meu coração... Longe de tudo...
É outra pessoa, disso tenho a certeza... Aquele não é o meu menino. Aquele não é o rapaz que estava sempre pronto a deitar-se ao meu lado a falar-me sobre a vida, que estava sempre disposto a estar a falar comigo uma hora ao telemóvel... Nem sequer é aquele rapaz que me dizia "gosto muito de ti!". Essas palavras agora soam-me distantes. Ainda que ele esteja mesmo a dois centímetros de mim. Olho para as mãos dele, e já não vejo a mesma coisa que via antes, olho para a boca dele e já não vejo a mesma coisa que via antes... Até aqueles olhos verdes... Está tudo tão diferente... Tudo tão... mudado!
Sinto saudades... Gostava de o ter de novo aqui... Mas já não está... Nunca está... Telefono-lhe e responde-me "falamos mais tarde". Estou com ele e simplesmente faz de conta que sou só mais um adereço do cenário que o rodeia... Enfim... Não é mais aquele MEU menino... Não é mais aquele rapaz inocente que eu conheci... Não é mais aquele amigo que me deixava ajudar... Não é mais aquela pessoa divertida e companheira...
Sinto falta da cumplicidade que nos caracterizava tão bem... Sinto falta de tudo... Tudo! Porque é que teve de ser assim? Porque fugiste assim de mim? Porque te tornaste nisto? Porque não pode tudo voltar a ser como dantes? Tenho saudades, a sério que tenho...
Mas ele sabe que estou aqui para o que der e vier... Isto se ele quiser que eu continue a fazer parte da vida dele como tenho feito... Isto se ele quiser que continue a fazer o esforço que tenho feito... Porque na verdade, "eu gosto muito dele!". E digo isto, não da forma distante que o tenho sentido, mas sim como uma afirmação poderosa, como se nada a pudesse derrubar. Porque ele continua a ser o MEU menino... Porque ele continua a ser uma das peças mais importantes do puzzle da minha vida... E porque preciso dele... Preciso muito dele!

Adoro-te L.J.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ainda é tempo de aprender!

Às vezes fico impressionada com certas coisas... E uma delas é o facto de ter 16 anos (quase 17), e haver ainda tanta coisa para aprender... Para além de outras coisas, como por exemplo o facto de, com esta idade, cometer erros que só as crianças cometem! Não entendo, a sério que não! Olhem-me bem para esta estupidez: contam-me uma coisa, pedem-me para guardar segredo, e eu dou a minha palavra que sim. No entanto, passado algum tempo, aparece alguém a quem eu sinto a necessidade de contar alguma coisa de especial... E lá está: A NOVIDADE DO DIA... Sabem? Como aquelas crianças que se lhes pedem para não dizer nada é a primeira coisa que fazem?... Pois bem, descobri que sou assim... Isto para além de ser estúpida, parva, atrasada e mais umas coisas que não vale a pena referir, porque já há muita gente que as pensa por mim...
Enfim... Costuma-se dizer que se aprende com os erros... Ora, é uma aprendizagem, sim senhor... Mas parece-me que o meu cérebro ainda não está suficientemente capacitado para esse grau de exigência! Então... Nada melhor que continuar a magoar as pessoas com os meus caprichos. Qual é o problema? Não sou eu que sofro... Então, a mim não me dói nada...

Esperem... Afinal... Sim, dói! Dói e muito! Eu, que estou farta de me queixar que me magoam e que me fazem  mal, e que isto e que aquilo, e que... QUE RAIVA! Sempre eu... Porquê? Há mais pessoas à face da Terra. Porque não lembrar me delas de vez em quando?
A minha consciencia: "Catarina... Lamento informar-te, mas há mais gente à tua volta!" Eu:":o A sério? Então se calhar eu devia pensar um bocadinho mais nelas, não?" Consciencia:"Acho uma óptima ideia! :)" Eu:"Então eu prometo que vou tentar não me precipitar no que diz respeito aos outros!" Consciencia:"Linda menina!" Eu:":)"
Eu:"Mãe, hoje aprendi uma coisa nova!" Mãe:"Ai sim, e que foi que aprendeste?" Eu:"Aprendi que há mais gente à minha volta, e às vezes, quando falo demais, posso acabar por magoar muita gente. Especialmente quando não tenho a certeza daquilo que estou a dizer! Ah, e outra coisa... Aprendi também que não devemos julgar as pessoas sem as conhecermos, e que às vezes elas podem surpreender-nos! E mais... Aprendi que cometi um grande erro, e aprendi também o que é o verdadeiro arrependimento!"

Tanta coisa nova que eu aprendi... Tanta gente que eu envolvi nesta história de ficção... E... às pessoas que eu magoei... Juro-vos que nunca estive tão arrependida... Agora... Há que esperar... Como alguém espectacular me disse hoje, "o tempo é o nosso melhor amigo!"... Obrigada, e mais uma vez, desculpem:
F.
R.
S.

E a ti, obrigada pelo enorme apoio:
S.

Não mereço pisar o mesmo chão que vocês...